A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA - USP) montou carteiras de ações fatoriais baseadas nos cincos fatores e os resultados desse estudo foram bem peculiares."Você é grande, mas não é dois, eu sou pequeno, mas não sou metade!" Dizia Yūsuke Yamamoto, personagem do anime Yu Yu Hakusho (Tv Manchete,1992). Um ano após o lançamento desta memorável animação, o Nobel de Economia Eugene Fama e seu parceiro de pesquisa, professor Kenneth French, publicariam um de seus mais citados estudos, conhecido como os Três Fatores de Fama e French, vaticinando que, também no mundo dos mercados de capitais, tamanho não é documento, muito pelo contrário, sua pesquisa mostrou que as menores companhias performam melhor do que seus pares maiores. Além do fator tamanho, o trabalho de Fama e French demostrou a superioridade da performance dos ativos desvalorizados perante aquelas sobreprecificados. Posteriormente outros autores somaram esforços no sentido de evidenciar outros fatores de risco que gerassem ganhos no longo prazo, um desses estudos identificou vitória dos ativos líquidos sobre os ilíquidos.
Critérios dos fatores e formação das carteiras:
1. Fator Mercado
O Fator de Mercado é a diferença entre o retorno diário ponderado pelo valor da carteira de mercado (usando todas as ações elegíveis conforme definido na Seção 2) e a taxa livre de risco diária. A taxa diária livre de risco é calculada a partir do Swap DI de 30 dias.
Os critérios de elegibilidade
Uma ação negociada na BOVESPA é considerada “elegível” para o ano t se atender a 3 critérios:
2. Fator Small Minus Big (SMB)
O fator Small Minus Big (SMB) é o retorno de uma carteira comprada em ações com baixa capitalização de mercado (small) e vendida em ações com alta capitalização de mercado (big). Todo mês de janeiro do ano t, classificamos (ascendente) as ações elegíveis de acordo com sua capitalização de mercado em dezembro do ano t-1 e as separamos em 3 quantis, conforme tabela a seguir:
Em seguida, calculamos os retornos igualmente ponderados da primeira carteira (pequenas ações) e da terceira carteira (grandes ações). O Fator SMB é o retorno da carteira de ações pequenas menos o retorno da carteira de ações grandes.
Os critérios de elegibilidade
Uma ação negociada na BOVESPA é considerada “elegível” para o ano t se atender a 3 critérios:
3. Alto Menos Baixo (HML)
Retornos diários: a partir de 2 de janeiro de 2001.
O High Minus Low Factor (HML) é o retorno de uma carteira comprada em ações com alta relação book-to-market e vendida em ações com baixa relação book-to-market.
Todo mês de janeiro do ano t, classificamos (ascendente) as ações elegíveis em 3 quantis (carteiras) de acordo com o índice book-to-market das ações em junho do ano t-1, conforme tabela a seguir:
Em seguida, calculamos os retornos igualmente ponderados da primeira carteira (baixo book-to-market) e da terceira carteira (high book-to-market). O Fator HML é o retorno da carteira de ações high book-to-market menos o retorno da carteira de ações low book-to-market.
Os critérios de elegibilidade
Uma ação negociada na BOVESPA é considerada “elegível” para o ano t se atender a 3 critérios:
3. Vencedores Menos Perdedores (WML)
O Fator Winners Minus Losers (WML) é o retorno de uma carteira comprada em ações com altos retornos passados e vendida em ações com baixos retornos passados.
A cada mês t, classificamos (crescente) as ações elegíveis em 3 quantis (carteiras) de acordo com seus retornos acumulados entre o mês t-12 e t-2, conforme tabela a seguir:
4. Ilíquido Menos Líquido (IML)
O Illiquid Minus Liquid Factor (IML) é o retorno de uma carteira comprada em ações líquidas (baixa) e vendida em ações ilíquidas (alta).
A cada mês t, classificamos (ascendente) as ações elegíveis em 3 quantis (portfólios) de acordo com a média móvel de iliquidez dos doze meses anteriores, conforme Amihud (2002), conforme tabela a seguir:
Em seguida, calculamos retornos igualmente ponderados da primeira carteira (baixa iliquidez) e da terceira carteira (alta iliquidez). O Fator IML é o retorno da carteira de ações líquidas menos o retorno da carteira de ações ilíquidas.
5. Risk-Free (Livre de risco)
A taxa diária livre de risco é calculada a partir do Swap DI de 30 dias.
Os dados são provenientes de coletas históricas desde 2001 até a atualidade para o mercado brasileiro (B3).
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